Cerca de 100 pessoas participaram de uma Ação Comunitária com a palestra “Família e suas novas estruturas”. Esse foi o gancho para colocar em pauta assuntos como bullying, diálogo entre pais e filhos e citar o massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano. O público alvo é composto por beneficiários do programa Bolsa Família. As ações acontecem mensalmente com temas distintos escolhidos pela própria comunidade.

A dona de casa Miriam Rodrigues, de 30 anos, relatou que o filho, Mateus, sofre com o bullying. “Ele chegou em casa e falou que os amigos chamam ele de gordo. E aí, o que eu faço?”, perguntou ela para a assistente social, Dulscinéia de Souza Oliveira, responsável pela palestra. A resposta? O diálogo. Ela ressaltou a necessidade de os pais ouvirem, conversarem e brincarem com seus filhos. Mesmo com a correria do trabalho e tarefas domésticas é preciso “construir esse tempo”. De acordo com Dulscinéia, mais que a quantidade é preciso investir na qualidade do período que é dedicado aos filhos.

Como pano de fundo dessa discussão foi abordado a tragédia da Escola Estadual Raul Brasil, que deixou 10 mortos, incluindo os dois atiradores – ex-alunos da instituição. Um dos atiradores e a pessoa apontada como mentor intelectual do crime têm 17 anos. Essa situação joga luz a discussão sobre o papel da família na criação dos filhos. “Queremos que sejam crianças saudáveis, para se tornarem adolescentes saudáveis e adultos saudáveis e que saibam criar seus filhos”, explica a assistente social.A proposta dessa Ação Comunitária é debater o assunto e não culpabilizar os pais. “Não é para dizer quem foi errado, se mãe ou pais, mas para refletir sobre o que cada um está fazendo dentro de casa”, disse Dulscinéia.