A matrícula da aluna Aline Pereira da Silva no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da EMEB Virgílio Marinho foi um desafio para toda a equipe pedagógica. A estudante tem deficiência auditiva e precisava ser alfabetizada. As aulas passaram a ser adaptadas para que ela fosse alfabetizada. Sua condição gerou tamanha repercussão que os colegas de sala também quiseram aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se comunicar com ela. 

De acordo com o Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, todo o aluno com deficiência auditiva tem direito a uma educação bilíngue nas classes regulares, deste modo, eles precisam aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita como segunda língua.

Diante da situação, a técnica de referência da unidade, Kelly Priscila de Souza entrou em contato com o Núcleo de Acompanhamento Pedagógico, Formação e Avaliação (NAFA) e a professora especialista de Libras, Eliete Carvalho, deslocou-se para a escola, onde realizou a sondagem da estudante e verificou que ela sabe comunicar-se por meio da língua de sinais, entretanto, encontra-se em processo de aquisição do sistema alfabético de escrita.

Para atender a necessidade da aluna, a Secretaria de Educação elaborou um trabalho pedagógico para a alfabetização atrelada a Libras, realizando a construção de fichas temáticas e material pedagógico de alfabetização; ampliação da comunicação entre a estudante surda, a professora e a turma com o ensino e o aprendizado de Libras por todos; realização da tradução em Libras das aulas, provas, atividades e palestras e adequação metodológica curricular.

Os alunos se sensibilizaram e aprenderam Libras para se comunicar com Aline. “Isso fez com que a Aline sentisse de fato acolhida em suas demandas comunicativas e de aprendizagem. O diálogo acessível e de maneira descontraída gerou um clima propício à realização de orientações pontuais, modificando o comportamento da estudante que até aquele momento somente copiava e ficava isolada”, disse a professora Eliete.

PROJETO COLIBRI De acordo com a professora de Libras, Eliete Carvalho, a Semecti por meio do Programa Colibri vem atendendo a população da cidade e servidores municipais no curso de LIBRAS desde o ano de 2008. A ação tem como intuito fornecer aquisição do vocabulário básico em Libras, fazendo-os compreender as particularidades culturais e linguísticas e fortalecer as habilidades comunicativas que contribuem para a inclusão da pessoa surda na sociedade. Este ano formaram-se 33 alunos com carga horária de 60 horas.  

PROJETO BILÍNGUE O Projeto Bilíngue acontece nas EMEB Benedito Vieira da Mota e na EMEB Ali Ali Hammound cujo objetivo principal fortalecer a comunicação entre surdos e ouvintes, ampliando o vocabulário oral e em Libras.